terça-feira, 7 de junho de 2011

Meninos-leitores

Os níveis de leitura são múltiplos, mesmo. Meu pequeno Dimitri desde pouco depois de um ano tem uma relação interessantíssima com os livros...
O que foi preciso? Gastar alguns exemplares entre as leituras dele e do irmão Ulisses, oportunizando a descoberta do livro e sua função e manter os livros na altura como outros brinquedos.
Sou mãe de dois bebês e de um juvenil, tenho outras ocupações que me impedem de estar mais próxima de suas brincadeiras. Por vezes, as demandas me alheiam deles, mas com o pouco tempo que me resta junto deles, pude ir apresentando o livro, fazendo leitura, mostrando as imagens, reinventando histórias que os incluiam na viagem, criando vozes...
Nunca extrapolei a possibilidade de alguns minutos ali, próximo...
O Ulisses foi quem se encarregou de multiplicar o desejo com o Dimitri. Ele começou a criar vozes, aos poucos, e eu, entre uma faxina, uma água no fogo, um arroz cozinhando,uma preparação de aula espiava sua labuta imaginativa. O livro passou a acompanhá-los à escola, à casa dos avós, às nossas pequenas viagens de carros de casa para o trabalho, para escola ou para o mercado. A paixão inventada no Ulisses passou inventar o Dimitri. O primeiro livro, "Dedinhos ocupados" presente de uma tia, foi seu livro mestre. Lembro-me de perceber seus olhinhos correndo a página de um lado ao outro, como se nada encontrasse, ficava por minutos enfeitiçado em meio a tantos borrões. Dias mais tarde foi que pensei em mostrar a ele as formas. Peguei um bichinho que havia desenhado, o sapo, e fui delineando a forma e contando histórias daquele sapo. Pouco tempo depois, algum tempo de abandono da brincadeira, via que ele repetia tentativas de imitação de um personagem da história, o menino que passeia pela floresta. Em uma imagem o personagem estava de boca aberta e então quando vi, Dimitri, estava com a boquinha aberta, olhando fixamente para a imagem. Sim, estava certo, eles aprendem a imitação... Imagina se ficasse preso na mãe, corrida correria do dia-a-dia pouco tem do corpo para doar de boas imagens, paradas, como aquela do livro.
A evidência do processo permanece, todos os dias os meninos pegam um lvro antes de ir para escola, curiosamente, não fomos nós quem lhes deu a idéia. brotou na cabeça de um, o outro foi e comprou a idéia e na escola são conhecidos como os meninos-leitores.
Foi evidente o processo desde quando tudo era um borrão, quando foram se destacando as formas e seu processo de aprendizagem das mensagens. Hoje, ele está com 1 ano e 6 meses e lê as imagens nos livros, reproduz o que vê. Experimentando.Por vezes, aponta e ri quando algo lhe diz e quer dividir. Sua concentração e entusiasmo são impressionantes!
Ulisses como mestre-aprendiz segue orientando em direção a novas perspectivas de apreensão do mundo. Eu e papai ficamos felizes por saber que o mundo da leitura os darão muitas possibilidades de se entender e amar.

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